Se coloque nessa situação: seu celular foi perdido ou roubado. Qual a atitude depois de fazer o boletim de ocorrência? Ligar para a operadora para bloquear a linha e o aparelho, e, depois, procurar a loja física da operadora para obter um chip com o número antigo, certo? Pois bem, clientes do plano TIM Beta relatam dificuldades na hora de obter um novo chip e possuem o atendimento negado nas lojas da operadora.

Para quem não conhece, o TIM Beta é um plano voltado para jovens que oferece uma oferta pra lá de tentadora: você paga apenas 25 centavos por dia (por serviço) e tem acesso a internet, ligações ilimitadas para números TIM e, por mais 50 centavos, pode enviar quantas mensagens de texto quiser. Para aderir ao plano, é necessário ser convidado por alguém que já utilize o serviço e possua convites disponíveis, ou pagar R$ 100 pela taxa de adesão.

O plano é muito melhor que pré-pago comum da operadora, o Infinity: em vez de pagar por chamada, você paga por uma diária que permite fazer ligações ilimitadas, e não é comum encontrar usuários (até aqui mesmo nos comentários do Tecnoblog) relatando que a velocidade da conexão não é reduzida após o uso da franquia disponível do plano.

Tentadora a oferta, hein?
Tentadora a oferta, hein?

Tudo parece mil maravilhas, certo? Até você ter qualquer problema que envolva a troca de chip. A publicitária Suellen Souza é cliente TIM Beta e teve seu smartphone roubado no dia 16 de março. O bloqueio da linha foi feito pelo atendimento telefônico sem problemas, mas na hora de recuperar o número que a situação desandou.

Ela conta que foi em três lojas da operadora; duas eram revendas. Na primeira revenda, os funcionários não souberam informar qual o procedimento. Em outra revenda, Suellen foi instruída a procurar a loja própria no Shopping Ibirapuera. Em vez disso, ela visitou a loja própria localizada na Av. Paulista onde, por fim, foi informada que o chip deveria ser solicitado pelo site do TIM Beta ou por atendimento telefônico. “Por telefone, a atendente me instruiu a tentar o Fale Conosco do site, onde já tenho um ticket aberto há oito meses. Quando disse isso, ela me passou um endereço de email que me forneceu uma mensagem automática dizendo que o canal de dúvidas é o Fale Conosco do site”, relata.

A história não acabou por aí. Mesmo com o procedimento indicado pela operadora, Suellen não consegue acessar a loja virtual do TIM Beta, que é onde se solicita o resgate de chip. “Entrei em contato pelo Twitter com a operadora, e me informaram que alguém entraria em contato em até 5 dias. Não recebi nenhum contato ainda. Enquanto isso, meu número está cadastrado no WhatsApp, nos meus cartões de visita, na minha assinatura de email do trabalho, até nas plaquinhas de identificação dos meus cachorros. E não tenho nenhuma perspectiva de reavê-lo, porque não consigo fazer login na loja beta e as lojas físicas se recusam a me atender”, confessa.

Obter um novo chip não necessariamente é uma questão de perda ou roubo: o estudante Guilherme Magalhães teve um problema com seu chip TIM Beta que parou de funcionar subitamente. Ele conta que foi até a loja da operadora e negaram o atendimento para a linha TIM Beta, e foi instruído a fazer o resgate através do site da operadora. Ele solicitou o chip na loja virtual, que nunca chegou.

“Esperei o chip por meses, até que resolvi registrar uma reclamação na Anatel, em dezembro. Foram, ao todo, três reclamações: na primeira me falaram que iriam enviar o chip, na segunda falaram que o pedido estava registrado mas o chip não tinha sido enviado ainda e, na última vez, não houve contato comigo”, explica Guilherme, que está sem sua linha faz sete meses.

Entramos em contato com a TIM. A nota deles esclarece que o TIM Beta é uma oferta diferenciada, com adesão e relacionamento de forma online, e que em caso de perda ou roubo é possível solicitar o resgate do chip através da loja online do plano. A operadora recebe a solicitação e, logo em seguida, envia o chip pelos correios, com o prazo de até 30 dias para entrega. A operadora ainda diz que trabalha sempre respeitando as normas da Anatel.

Só que, no entendimento do Procon de São Paulo, a situação é irregular, como explica Fátima Lemos, assessora técnica do órgão:

“Uma operadora não pode condicionar serviços básicos como habilitação de chip, alteração de plano ou contratação de um novos serviços de acordo com o plano de cada cliente. Todos os setores de atendimento precisam fazer todo o tipo de interação tem direito de fazer independente do plano que ele tem. O descumprimento disso significaria tratamento diferenciado, o que é contra as regras da Anatel e do Código de Defesa do Consumidor.”

A TIM informou que está preparando os sistemas internos para oferecer o resgate de chip nas lojas físicas, mas ainda não informou a partir de quando que tudo funcionará como deveria ser. Enquanto isso, quem teve o celular roubado fica com a dor de cabeça de não conseguir recuperar o número da mesma forma que clientes de outros planos.

A operadora ainda não comentou o posicionamento do Procon de São Paulo. Esse post poderá ser atualizado.

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.

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